Séries Baseadas em Fatos Reais
Olááááá amadinhos e amadinhas, como vocês estão?
Bom, hoje vou aqui dar mais uma dica sensacional de séries (das bem feitas) que foram baseadas em fatos reais, resolvi fazer uma matéria com as quatro melhores indicações das que vi, para que vocês possam maratonar e amar nesta pandemia, ficando em casa vendo produções de alta qualidade.
Essa redatora que vos fala, ama séries criminais e basicamente é disto que as quatro séries falam, hoje as escolhidas foram as premiadas: American Crime Story, Narcos, The Act e Chernobyl.
Você vai me perguntar: Aí, mas porque são tão interessantes assim? Só tem sangue, polícia, suspense. A resposta para o que me conquistou nessas séries, foram os contextos que cada uma trás, porém vamos aos fatos que as fazem maravilhosas, cada uma a sua forma.
American Crime Story
A série foi criada pelos mesmo idealizadores da popular American Horror Story, e que se baseia em histórias que envolvem pelos menos nas duas primeiras temporadas, casos com pessoas famosas da mídia americana e internacional. Cada temporada tem uma história específica.
O primeiro caso relatado pela série é sobre o homicídio da ex mulher do jogador de futebol americano O.J Simpson. A vítima, Nicole Brown e o garçom de um restaurante Ronald Goldman, foram mortos a golpes de instrumento perfuro cortante na varanda da casa dela em um bairro nobre e tranquilo.
A investigação policial acaba levando aos indícios de que o ex, O.J, num ataque de ciúmes, havia cometido o crime, inclusive por conta do histórico de agressões envolvendo ele e Nicole.
Pelo fato dos Estados Unidos estarem vivendo uma das manifestações raciais mais radicais de sua época, como foram os movimentos e motins em Los Angeles, a TV se dividiu entre cores de pele, e a defesa de OJ acabou se aproveitando disso.
Obviamente essa temporada é mais atual e profunda do que minha simples síntese, mas retrata o que naquele caso, era o mais importante: Aquilo era um feminicídio ou um assassinato de reputação de uma figura popular americana pela sua cor de pele? Ou seja, mores, ASSISTAM! E quem não conhece a história, por favor, não procure spoilers, pois o desfecho vai te surpreender.
A segunda temporada, não tem a mesma pegada da primeira, mas é maravilhosa pela nova narrativa usada de temporada. O assassinato de Gianni Versace, criador e dono majoritário da famosa marca de roupas de grife, Versace.
A história começa contando sobre a ascensão criminal de Andrew Cunanan e sua trajetória como serial killer, essa temporada é baseada numa biografia não-autorizada, chamada Vulgar Favors: Andrew Cunanan, Gianni Versace, and the Largest Failed Manhunt in U.S. History.
A legitimidade do enredo do livro é contestada pela família de Gianni, porém foi no que a série se baseou para o roteiro, pois mesmo na história original, existem muitas divergências do porquê Andrew assassinou o estilista, não existem fatos concretos da motivação, pois ele nunca foi capturado com vida pela polícia ou teria deixado explicações pelas mortes dos homens que foram assassinados por ele. A montagem ficcional e dos fatos ocorridos foi maravilhosa e muito bem-feita. Confira que vale muito a pena, e pra quem ama um suspense é um prato cheio.
Destaques das Séries
Sarah Paulson, que participa da primeira temporada, faz a promotora de justiça Marcia Clark, e foi a coisa mais incrível que já vi atuando em uma série, pois ela mostra o que a personagem passa diante da fama que o caso assume. Ela tenta lutar para provar que O.J é mais que culpado pelas mortes, porém ela luta contra o sistema, uma mídia sensacionalista que passa a seguir seus passos e expor sua vida pessoal em troca da audiência. Todos os aplausos para ela que foi sempre brilhante em cena, me fez admirar e acreditar que a verdadeira Marcia é uma pessoa incrível.
Darren Criss, um dos protagonistas da segunda temporada, interpreta Andrew Cunanan, o serial killer que acabou matando dentre vários homens, o grande estilista Gianni Versace. Ele mostra com excelência, numa atuação perfeita a distorção da descoberta dele como homossexual e a ambição de dinheiro e poder. De tudo que li sobre Andrew fora da série, se cogitou que existisse um conflito dele contra a sexualidade, pois culpava-a de alguma forma por seu insucesso na vida, e começou a canalizar suas ações em dar golpes em homens, além de nutrir por alguns deles, uma dependência de afeto muito grande e uma necessidade de atenção absurda. Acabou ficando obcecado com homens homossexuais de sucesso. Darren foi sensacional e trouxe todas as nuances, sua atuação te traz a tensão necessária para a série e a vontade de cada vez mais pela narrativa. Ele simplesmente arrasou e deu todo o toque dissimulado e perverso sobre o qual Andrew foi conhecido.
Narcos
Confesso que quando iniciei Narcos, eu queria ver o espanhol da Jamaica do Wagner Moura, e claro, tentar ver a história do Pablo Escobar como um documentário genérico como tantos outros existem.
Porém minha grata surpresa foi poder conferir uma série com uma trama envolvente, cheia de tiros e confrontos. Certamente um Cidade de Deus da Colômbia, ou para comparar com uma obra do próprio Padilha, um Tropa de Elite colombiano, tudo a sua proporção, gente. CALMA!
A série envolve o drama das pessoas a mercê do crime organizado, o núcleo da DEA com Murphy e Peña (ohhhhh Peña, saudades, bebê!), o terror vivido pelos colombianos por conta das divisões criminosas do país, e a corrupção que sempre tinha liderança através dos narcotraficantes.
Contexto histórico, que eu amo, personagens envolventes, nudez masculina na medida certa, obrigada. Uma produção de idealização brasileira muito bem estruturada e para quem gosta de uma boa ação, SUPER VALE A MARATONA.
Narcos: México? Sem Pablito, Vale A Pena?
Vale sim, e vale muito. A trama pega um outro cartel do narcotráfico que tenta se inserir no mercado das drogas e mostra a trajetória de iniciação e distribuição, até o final, onde acontecem as operações de busca pelos grandes barões da droga. Tem Diego Luna maravilhoso e sim, eu amo latin lovers. então só vai, bebê!
Destaques da Série
Wagner Moura, que claro interpretou o Pablito Escobar, o inimigo público traficante safado. Conhecido como Robin Hood paisa, Pablo foi interpretado de uma maneira cativante. É horrível, mas você sente simpatia por ele e apesar de saber que o cara é o bandido de fato que tá ferrando a DEA, você fica curioso pra saber qual a próxima ideia do Patrón amado.
Wagner contornou bem a dificuldade de sair de sua língua e as críticas de o personagem não ser feito por um colombiano. Mimimi desnecessário, parabéns pra ele pelo papel sensacional.
Pedro Pascal pode entrar que o meu mundo é seu, papi! Ah cara, o que eu vou falar do Peña aqui? Ele é sensacional, melhor policial EVER, ele faz bem aquela coisa de tira anos oitenta, sem todo aquele esteriótipo exagerado. Todas as cenas dele com o Murphy, seu parceiro ou quando está só, são um deleite. E ele é sedutor pra caramba, personificação do latin lover, mas pra quem gosta de personagens legais e brucutus, aproveita muito.
The Act
Essa história, meus leitores, é a coisa mais surreaaaaaaaal possível por simplesmente ser um caso real. Uma mãe que é capaz de mentir para médicos que a filha tem câncer, doença degenerativa, não anda e tem uma idade mental menor do que a biológica, mostra o abuso que Gypsy Rose sofreu por tantos anos. O abuso da mãe, Dee Dee Blanchard, fez com que Gypsy sofresse uma infância cercada de mentiras e distorção de uma vida comum.
Como haviam sido uma das vítimas do furacão Katrina, Dee Dee usava da oportunidade da perda dos prontuários da filha, para dar golpes em todos e alimentar sua loucura de que Gypsy era doente. A mãe falsificava atestados e exames da menina desde os quatro anos de idade, fingia que ela não podia andar e a impedia de fazê-lo, mesmo ela sabendo que o conseguia.
Essa história te faz sentir repulsa sobre como uma mãe pode fazer isso com a filha, eu fiquei com ódio da mulher do início ao fim, pois ela definiu o destino de uma criança, adolescente e adulta, e agia com violência psicológica contra a filha, além de ser uma imensa duma golpista que gostava de furtar e dar calotes com suas mentiras.
Gypsy aos poucos na adolescência, vivendo num novo bairro e observando o que as meninas faziam, começa a descobrir coisas simples da vida. Maquiagem, doces, internet, pois não tinha acesso a isso, por conta da mãe. E é aí que ela conhece Nick, um garoto com problemas mentais que vira seu namorado.
Aí, meus consagrados, a coisa se desenrola e a loucura começa, então pra quem gosta de coisas bizarras, eu recomendo demais.
Destaque da Série
Patricia Arquette faz brilhantemente a lazarenta da Dee Dee e você tem vontade de entrar na tela e matar a desgraçada da mulher. Passou bem a excentricidade e ao meu entender, psicopatia de uma mulher que acabou com a vida da filha para sempre.
É incrível ver a mulher enlouquecendo aos poucos e ficando cada vez mais hipocondríaca e paranoica e ver como Gypsy tinha que lidar com a mãe extremamente abusiva.
Chernobyl
Bom Brasil, chegou o momento desta mortal escritora falar da sua série preferida NA VIDA. Sou o tipo de pessoa que se pudesse forçar cada ser humano a ver a série, eu o faria.
Como sou jovem (já não tão jovem assim), claramente não havia acompanhado toda a história e o acobertamento do caso da explosão que atingiu a Usina de Chernobyl, na Ucrânia, dominada pela União Soviética, muito perto do fim da Guerra Fria.
Bom, eu tive muito interesse nessa história, porque entender o que aconteceu naquela madrugada, era entender sobre a política da época, sobre o acobertamento de informações e sobre como a Europa viveu um momento inacreditavelmente atípico (isso numa época muuuito pré-ameaça de vírus).
Milhares de pessoas não registradas pela União Soviética, morreram da forma mais horrível possível. Pessoas sob o efeito da contaminação em primeiro grau, derretiam vivas, outras com uma exposição mais secundariamente, morriam anos depois em decorrência de algum câncer. A série mostra a descrença na ciência que resulta até os dias de hoje em sequelas na sociedade européias como as doenças hereditárias por conta da radiação, e apresenta a luta de homens e mulheres para salvar milhões vidas em poucas horas. Mostra também o heroísmo de milhões de soviéticos na saúde, bombeiros e milhares de anônimos que de alguma forma controlaram os efeitos do acidente.
O núcleo da Usina ainda está queimando, mesmo depois de mais de trinta anos do ocorrido, o sarcófago de chumbo feito para tapá-lo e precisará sempre sofrer manutenções durante centenas de anos. A herança maldita da humanidade.
Destaques da Série
Jared Harris, que interpretou um herói da nossa ciência, o químico russo, Valery Legasov. O acidente teria sido muito pior sem sua experiência e sua coragem de se expor ao acidente, tendo ficado tanto tempo em Pripyat (quatro meses), acompanhando os trabalhos de contenção da explosão, sob altíssima exposição.
A forma como ele é interpretado na tela é incrível e reflete muito em como ele teve dificuldades, mesmo sendo da comissão do acidente, para dizer ao mundo as verdades sobre o que aconteceu naquele lugar. Contou como Legasov foi boicotado pelo governo soviético quando decidiu contar os motivos do acidente. Aquelas maravilhas do governo totalitário, né mores?
Stellan Skarsgård, interpretou Boris Shcherbina, o político da União Soviética que foi designado para acompanhar Legasov ao local da tragédia. O personagem é o típico camarada do governo, cego e obediente aos mandos da URSS e que duvida muito da gravidade do que houve. Porém com o tempo, vivendo naquele lugar percebe que tudo o que o governo tem tentado esconder, acabou com a vida de milhares de pessoas. Shcherbina ainda se tornaria após o acidente de Chernobyl, o gestor de crise do terremoto de Spitak, na Armênia, tornando-se referência na política soviética.
Amados, podem ter certeza, todas essas valem muito a pena e pelo menos essas me fazem pensar como o ser humano precisa ser resetado. Mas vamos que vamos, amiguinhos e vamos apreciar grandes obras feitas, refletidas em tramas reais.
Se tem uma série que foi baseada em fatos reais que vocês gostem, comente aí pra gente falar sobre elas num futuro ou debater sobre. Fiquem com Zeus, meus queridos, até a próxima!