LOKI – Vamos falar do final antes do começo.
Então, vamos falar de coisa boa, vamos falar da tekpix (a filmadora compacta mais fuleira do Brasil, resolução pior do que aquele celularzinho da sua tia/vó) …, mas onde estávamos? Ah, sim! Coisa boa: a série do Loki. Mais especificamente a sua segunda temporada.
Mais uma vez, a Marvel se apega ao seu principal trunfo dentro da produção de todo conteúdo ‘seriematográfico’: o carisma do Tom Hiddleston simbiontezado com o desenvolvimento do personagem Loki (e que desenvolvimento, hein senhorXs!).
Arrisco-me em dizer que a série de Loki é, até agora, o melhor que a Marvel Studios conseguiu produzir dentro do seu ambiente de séries e minisséries, em boa parte contando com aporte da nossa ‘Carminha’ do mundo corporativo, a Disney, porém com muita competência de sua equipe de produção [cadê a placa de funcionários do mês? Alguém traga um bombom de chocolate para esse pessoal!].
“Ah, mas não vai falar da primeira temporada não?!”, vem cá, eu sou teu empregado? Eu, hein. Vou não. Vamos tratar da segunda temporada e algum dia, quem sabe, falaremos sobre a primeira, talvez quando sair a quarta temporada… ou não.
Falei, Falei e até agora não disse nada! Vamos lá.
Pois bem, Loki finaliza sua participação de uma forma coesa e expande ainda mais a fase em andamento, mas até então pouco (ou mal) executada no universo transmídia da Marvel Studios.
De pronto, poderíamos pensar que é até covardia pegar a velha carta-coringa de ‘viagem no tempo’ para criar um roteiro interessante do começo ao fim, mas Loki consegue agregar ainda mais desenvolvimento a um personagem que gozava (ui) de um status de estrela em seu ápice dentro do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM). Lembrando que esse Loki foi importado diretamente de 2012, o malvadão que comandou o exército alienígena contra o mundo (resumido à Nova Iorque) e combateu os Vingadores [deus fraco, Hulk?].
A trama da segunda temporada se inicia justamente onde se encerra a primeira [ah, vá, sério?!], contudo, o desenrolar da estória apresenta um novo desafio a Loki e sua turma, que além de contar com a óbvia excelente entrega na interpretação do protagonista, tem também a sequência de Owen ‘Nariz da Meany Ranheta’ Wilson (Mobius), Sofia Di Martino (a Loka – Sylvie), Gugu Mbatha-Raw (Ravonna) e Jonathan Majors (Kang), destaque para esse último que tem vivido problemas pessoais que podem incapacitar sua participação em outras produções, mas na telinha tem uma atuação satisfatória encarnando as variantes do Kang; Além da carismática presença do oscarizado Ke Huy Quan, que traz à cena Ouroboros (vale a pena ‘dar um google’ na mitologia que inspirou o personagem, que faz muito sentido na trama, entretanto não vou me estender em explicar aqui não).
Sem entrar em spoiler, a estória consegue retomar pontos anteriores de maneira sensata, elevando o protagonista a um papel chave na evolução do roteiro, com um final apoteótico e merecido, que descanse em paz… Mantendo, antes disso, uma boa dinâmica de ‘tira bom, tira mau’ com Mobius e fazendo contraponto argumentativo muito racional com Sylvie (A Loki). A solução é sensacional.
Destaco a produção gráfica, que está muito boa, tão boa que me fez esquecer da She-Hulk. Parabéns para a direção de arte da ‘bagaça’. E a trilha também é competente, ressaltando de forma sútil a emoção no decorrer das cenas, inclusive no ápice final.
Loki cumpre sua jornada de maneira surpreendente, aumentando a parábola do seu arco para um desfecho merecido, abrindo espaço para exploração do multiverso temporal de maneira mais “crível” do que já foi produzido até aqui. Dentro da perspectiva estabelecida pela série, o potencial de Kang vir para ‘zaralhar’ as aventuras Marvel do nosso universo 616 fica mais atrativa.
Tomando mitologia por mitologia, a Marvel esculpe seu Loki como um Atlas – não o de mapas, mas aquele que segura a abóboda celeste -, só que nesse caso Loki segura a audiência cativa dos produtos da marca. É uma pedra que, por mais que insistam em manter incólume, ainda tem “água para tirar”, e a Marvel vai lembrar disso alguma hora dessas.
Com essa mistura de boas atuações, bom roteiro e efeitos visuais, Loki acaba sendo a melhor opção de série dentro do universo Marvel. Já falei como recomendação no Ideia Errada Podcast e reforço aqui, aliás, recomendo a você ouvir o IE Podcast. E por aqui eu encerro. Tchau.